segunda-feira, 31 de outubro de 2011

RAFE não estará no ANIMEXTREME

   Oi Pessoal, eu acabei de receber um e-mail me informando que não vai ter feira de fanzines nesse Animextreme (http://animextreme.com.br) agora dias 12 e 13 de novembro e já não havia tido no Anime RS, também.
    Bom o que eu penso disso ? Não penso nada, já cansei de pensar e repensar a respeito. Isso apenas reforça o que todos sabemos. No Brasil as coisas que são feitas aqui nunca são valorizadas.
    É sempre a mesma coisa, ou não tem a "feira de fanzines" (que convenhamos chamar de feira o que os organizadores fazem nos eventos é um exagero, né ? O que eles fazem com os fanzineiros tá mais pra "Cantinho isolado dos Fanzines" do que qualquer outra coisa).
   Não importa o evento, ou o tamanho dele, a gente é sempre empurrado pra um canto, tipo a sensação que eu vejo nos fanzineiros é a de que a gente é indesejado ali pelos organizadores. 
   Mudando o assunto do ANIMEXTREME para o ANIME FRIENDS. Eu achava que o Anime Friends era diferente. Quando eu me inscrevi no ano passado e paguei a inscrição e por ser o maior evento do Brasil, eu estava certo que a gente ia ter um espaço dedicado pra isso. Só que o espaço dedicado a feira de fanzines foi é um espaço que eu já estava acostumado, o cantinho lá numa parte onde passa poucas pessoas. Ninguém te vê, a não ser que você chame.
   Aí você leitor pensa: "Ah mas também nessas feiras de fanzines só tem porcaria de desenho e fanzines que parecem xerox do xerox. Mas eu te digo que desenhistas brasileiros de bom e alto nível tem, olha no Deviantart e você vai acha-los, mas com essas motivações que são oferecidas, vocês acham que esses desenhistas vão aparecer nessas feiras ? Claro que não.
E nas feiras que participei já conheci desenhistas muito bons e uns excelentes.
   Eu invejo os EUA e o Japão ou algum outro país que invista e incentive o que é feito dentro do seu país.

   Vou deixar umas fotos do Comiket, que é uma feira de Fanzines (dounjinshi - no japão). Isso que é um espaço decente e dedicado aos fanzines. Aqui não seria tão grande assim, claro, mas imagine essa mesma organização em escala menor. 
    Eu fico pensando de como é que os organizadores de eventos não conseguem enxergar nisso uma maneira de ganharem dinheiro ? Se os japoneses tem um evento desse tamanho pra desenhistas "amadores", com certeza alguma coisa eles ganham, não fariam isso de graça. Acordem !
    


8 comentários

Anônimo disse...

oia, no japão, a profissão de mangaka e um emprego tão famoso quanto engenharia, já no brasil, tá mais pra gari ( não tenho nada contra os gari, mais só to dizendo que mangaka aki no brasil não é famoso ) e o certo é não pensa nada mesmo, deixa pra lá, na verdade, muitos países, não vê mangaka como uma profissão, apenas os países localizados na ásia reconhece isso como uma profissão ( na verdade quase todos os países da ásia tem mangaka como uma profissão, e se não for todos os países da ásia né ? ),

é isso, ai, nada de evento, agor pense em rafe, como vai ser, agorqa vou ver alguns postes aki, valow ---

Leonardo disse...

Olá Daniel! Interessante teu ponto de vista. Aqui é o Leo, organizador do Anime Buzz, se possível gostaria de conversar contigo. Manda um e-mail para eventoanimebuzz@gmail.com

Abraço

Dener disse...

Dan, infelizmente aqui funciona assim:

* Espera por investimentos, motivações, espaço livre: continua esperando, eles te cansam.
* Xinga, ameaça, critica, expõe as falhas na mídia: você ganha um pequeno espaço, de mal grado e que corre o risco altíssimo de ser tomado.
*Paga pelo espaço, paga por divulgar, paga parte das revistas vendidas, paga paga para entrar e tantas outras taxas: você tem um espaço reservado, não muito grande, nem tão bem localizado, e que corre o risco de perder caso deixe de pagar um mísero centavo!

Conclusão: Mude de país ou procure por outra profissão! Ou então procure outra forma de fazer isso que não dependa desses seres da Cobiça!

Sad, but True Story!

Anderson ANDF disse...

Ah, não vai ter?! Diabos!

Esses bundões vivem nos escanteando, mesmo...

Vou conferir com o Rogério e com o Ródjer, mesmo assim.

c8ris disse...

sacanagem deviam dar bem mais valor pro talento de voces

m2rodrigues disse...

Olha, eu não acredito que no japão a profissão de mangaká seja TÃO rentável assim. Ok, alguns poucos ganham uma relevância gigante, mas os demais, por mais que publiquem e tudo, têm uma vida meio classe média/baixa, bem normal. A diferença é que lá é possível sim viver fazendo isso, o que não acontece por aqui, por exemplo. O qie desenhistas daqui, como Rafael Albuquerque e Daniel HDR fazem para ganhar a vida? Desenham títulos já consagrados lá fora. Eles são mais famosos lá do que aqui no país onde vivem. Aí depois de ganharem alguma notoriedade que com sorte conseguem publicar algo por aqui ( pena que normalmente só os trabalhos feitos lá fora), e raramente criações próprias. Ainda dentro dessas criações próprias, poucas fazem sucesso o suficiente para serem serializadas.

A diferença, para mim, entre o que acontece aqui e lá fora é a impressão de que há maior (ou algum) apoio aos artistas do próprio país. Some-se a isso as vendas que provavelmente são maiores que as nossas e, sim, infelizmente à preferência do público brasileiro em comprar um material do CLAMP do que a de um Daniel Dias, por exemplo (nada contra CLAMP, apenas exemplificando).

Convenhamos que, durante muitos anos, o público foi 'castigado' com hqs que mais pareciam cópias fajutas de animes famosos do que obras realmente originais, mas acho que foi um passo para chegarmos ao nível que se vê hoje, com muitos artistas excelentes, com trabalhos tão profissionais quanto o de artistas estrangeiros.

O que falta talvez é o pessoal que produz fanzine exercer um lado um pouco mais empreendedor, e fazer um evento bem feito dedicado a isso. Mas um evento diferente, focado para isso. Por exemplo, não adianta fazer um evento de Fanzines e montar um stand de uma grande loja de quadrinhos, por ex, a não ser que ela disponibilizasse na loja um espaço para este tipo de publicação continuamente. Deveria ser um evento bem 'fechado' para grandes editoras, principalmente porque o que estaria sendo feito é justamente buscar uma 'identidade' nacional, por isso, coisas de fora não seriam muito bem vindas nesse momento, até que o nosso produto possa concorrer em pé de igualdade. E, sim, sabemos que existe todo um custo com espaço/aluguel/infra estrutura/ etc, mas o pessoal que produz/lê material nacional está espalhado no país, então, o que pode ser feito é um evento, que acontecesse em paralelo em vários lugares do país, com palestras e rodas de discussão, por exemplo, se passando em video conferência, ou algo assim. Tecnologia tem para ajudar, e ao alcance de muita gente... A ideia do evento, de certa forma, seria talvez estudar como o material produzido aqui pode competir com o que já é produzindo lá fora.

Ou, Daniel, faça como os outros.

Coloca logo esse site em inglês e espanhol, continue publicando e, quem sabe alguém de fora em algum momento olha para o teu trabalho (teu e de uma série de pessoas talentosas que ainda não tiveram oportunidade).

Desculpa o texto grande XD

Abraço!

Te0 disse...

eu acho que a partir de agora as coisas vão começar a crescer nesse sentido... principalmente por causa do bakuman... ja que agora nós sabemos como funciona por lá... ja estão começando a aparecer umas revistas online por aí (e nas bancas já tem a ação mangazine) que tentam fazer algo parecido com o que faz a JUMP... como muita gente tem visto, a cultura japonesa tem invadido cada vez mais o Brasil de uns tempos pra cá... quem sabe a publicação de mangás e HQs aqui não acabe crescendo tanto quanto é com eles?
nt: realmente... um mangaká no japão não é exatamente um engenheiro... seria algo mais próximo de um professor ( na questão do salário e em como as pessoas enxergam isso...)

RAFE disse...

Obrigado pelos comentários de todos vocês. Há coisas bem interessantes no que vocês escreveram. E também gostei de ver o número de compartilhamentos deste post no facebook, isso é sinal que não sou só eu que fico revoltado com isso. o/

© RAFE
Maira Gall